Cresce a procura por serviços terceirizados
- deysemncreis
- 13 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
Terceirizar tornou-se um negócio rentável. A maioria das empresas, independente do seu porte, tem contratado o serviço de outras firmas para realizarem suas funções. O trabalho é o mesmo, porém o gasto é muito menos, as responsabilidades são transferidas para a outra empresa e o lucro aumenta significativamente.
Ao contratar um serviço terceirizado, é estipulada a função dessa empresa, a sua margem de lucro e sua penalidade em quebra de contrato ou não cumprimento das tarefas. Lucrativamente, esse contrato favorece sempre a empresa contratante. "É muito mais vantajoso a quem me contrata. Eu trabalho com pendências de débitos para a Caixa e para o Banco do Brasil, que me pagam respectivamente 1% e 10% em cima do lucro obtido. É muito pouco", afirma Rosana Brechet, gerente da Brechet - assessoria empresarial. "Embora a lucratividade seja pequena, é ainda vantajoso manter o contrato, pois existem muitas empresas no mercado concorrendo pelo mesmo serviço", esclarece Rosana.
Quando uma empresa visa apenas o lucro ao terceirizar, pode comprometer o seu serviço. "Administrativamente falando, existem alguns critérios básicos para avaliar a necessidade de terceirizar, como a tecnologia, a qualidade do produto, a confiabilidade nos prazos, mas quando só se valoriza o lucro como único critério, o serviço fica deficiente", explica Filipe Araújo, funcionário do Banco Safra. "Em call centers, por exemplo, o serviço é ineficiente, pois os funcionários são despreparados. A empresa não se preocupa em gastar com treinamento e paga um salário muito baixo", completa Filipe.
Hoje, as empresas que mais terceirizam são os bancos. De acordo com a economista Olga Reis, os bancos preferem terceirizar para cortar os direitos adquiridos pelos bancários. "Os bancários têm direito a duas gratificações anuais, além de férias e tickets alimentação. Terceirizando, os bancos criam a fantasia de criar emprego, pois na verdade eles só substituem. Eles pagam menos aos terceiros para realizarem o mesmo serviço. No fim das contas, o objetivo final, que é o lucro, é obtido".
As empresas contratantes de serviços terceirizados procuradas pela ABAN não quiseram prestar depoimento. O Bradesco e a empresa Valeu Promotora não quiseram falar a respeito.
>> Texto escrito em 2005 por Deyse Reis para a ABAN (Agência Baiana de Notícias)
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